sexta-feira, 6 de setembro de 2013

TERESA CRISTINA MARIA, A IMPERATRIZ FASCINADA PELO IMPÉRIO ROMANO

LAMENTAVELMENTE  O QUE RESTOU DESTA COLEÇÃO FICOU EM ESTADO LASTIMÁVEL, MATERIAL CALCINADO,  QUEBRADO , COLORAÇÃO ALTERADA, O  MATERIAL PERDEU EM MUITO SUA QUALIDADE  E VALOR  CIENTÍFICO,  BOA  PARTE DA COLEÇÃO DA IMPERATRIZ TERESA CRISTINA,   PERECEU NO INCÊNDIO OCORRIDO DIA 02/09/2018 NO MUSEU NACIONAL DA QUINTA DA BOA VISTA, UMA PERDA QUE JAMAIS SERÁ SUBSTITUIDA

  PRIMEIRA COLEÇÃO GRECO ROMANA DO BRASIL
D. Teresa Cristina Maria di Borbone e Borbón aos 54 anos 1876

Se tivesse que escolher um patrono para a  arqueologia romana no Brasil,  escolheria uma patrona, a última imperatriz do Brasil, Teresa Cristina, que ficou conhecida também  como “Imperatriz arqueóloga  “ , além de outros títulos como “mãe dos brasileiros” , ou  “imperatriz invisível” , por que se esquivava da pompa da corte, apesar do título que ostentava, imperatriz.
Nascida em Nápoles em 14 de março de 1822 , fazia parte da dinastia Bóurbon que reinava na Itália.Teresa Cristina casou-se com D.Pedro II  por procuração, e chegou ao Brasil  em 1843, tinha 21 anos. Segundo a “ lenda” D.Pedro II teria se decepcionado  com a aparência dela, quando se encontraram pela primeira vez,  pois somente tinha visto retratos até então,  onde o artista  digamos,  amenizara seus “defeitos visuais”, ele quatro anos mais jovem do que ela, se depara com  uma moça baixa, um pouquinho rechonchuda, e manca, não que lhe faltasse beleza, mas não a esperada por ele, que talvez esperasse uma princesa de conto de fadas.
Mas Teresa Cristina possuía dotes muito mais valiosos, que a fútil aparência, mas que se mostraria mais a altura dele, do que qualquer outra princesa , a inteligência.
Desde a mais tenra idade ela se interessou por arqueologia, estimulada pelas escavações patrocinadas por seus antepassadas  desde o século XVIII nas cidades romanas de Herculano e Pompéia,  e que continuavam sendo feitas, a mando de seu irmão Ferdinando II.
Em sua bagagem para o Brasil, ela trouxe treze ânforas de bronze com alças, escavadas na região da Campânia,  e outras peças que fizeram parte da coleção da rainha Carolina Murat, irmã de Napoleão Bonaparte,  e esposa do rei de Nápoles, estas peças seriam o núcleo inicial da coleção Greco-romana, hoje preservada  no Museu Nacional da Quinta da Boa Vista , no Rio de Janeiro, e que merecidamente leva seu nome “Coleção Teresa Cristina”.
A coleção greco-romana é assim  herança do fascínio, que a imperatriz sentia pelo mundo romano,  o passado de seu país e ancestrais.
A própria Teresa Cristina Maria  quando ainda na Itália, conduziu escavações em Veio,  um sítio romano de origem  etrusco, situado a  15 km ao norte de Roma. As peças recuperadas eram encaminhadas ao Museu Bourbônico, de Nápoles. Teresa Cristina patrocinou a distância trabalhos  de escavação perto de Roma, parece que um dos sonhos acalentados pela imperatriz era a fundação de um “Museu de Arqueologia Romano” , no Brasil,  sendo assim, ela criou um intercâmbio com o irmão, solicitando sempre novas peças,  enviando em permuta , peças de arte indígena para o museu de Nápoles. A maior parte do acervo greco- romano, veio para o Brasil entre 1853 e 1859, mas continuou a ser enriquecido pela Imperatriz, até ela  e sua familia serem  exilados do  país, em 1889, quando  o acervo passou à guarda do Museu Nacional. A coleção é composta, hoje, por mais de 700 peças.
                                                                                Ficheiro:Fernando II de las Dos Sicilias 2.jpg
  Teresa Cristina Maria e seu irmão Ferdinando Carlo Maria di Borbone, rei de Napoles,                   com quem fez um intercambio de peças romanas por artefatos indigenas.














Afrescos de Pompéia(detalhe), século I d./C - IV estilo
Museu Nacional - Rio de Janeiro - Brasil , fragmentado em milhares de pedaços e coloração alterada  no incêndio
 Tripode romano provavelmente para incenso - I séc. a.D 
Museu Nacional - Rio de Janeiro - Brasil

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