LAMENTAVELMENTE O QUE RESTOU DESTA COLEÇÃO FICOU EM ESTADO LASTIMÁVEL, MATERIAL CALCINADO, QUEBRADO , COLORAÇÃO ALTERADA, O MATERIAL PERDEU EM MUITO SUA QUALIDADE E VALOR CIENTÍFICO, BOA PARTE DA COLEÇÃO DA IMPERATRIZ TERESA CRISTINA, PERECEU NO INCÊNDIO OCORRIDO DIA 02/09/2018 NO MUSEU NACIONAL DA QUINTA DA BOA VISTA, UMA PERDA QUE JAMAIS SERÁ SUBSTITUIDA
PRIMEIRA COLEÇÃO GRECO ROMANA DO BRASIL
PRIMEIRA COLEÇÃO GRECO ROMANA DO BRASIL
D. Teresa Cristina Maria di Borbone e Borbón aos 54 anos 1876
Se tivesse que escolher um patrono para a arqueologia romana no Brasil, escolheria uma patrona, a última imperatriz do Brasil, Teresa Cristina, que ficou conhecida também como “Imperatriz arqueóloga “ , além de outros títulos como “mãe dos brasileiros” , ou “imperatriz invisível” , por que se esquivava da pompa da corte, apesar do título que ostentava, imperatriz.
Nascida em Nápoles em 14 de março de 1822 , fazia parte da dinastia Bóurbon que reinava na Itália.Teresa Cristina casou-se com D.Pedro II por procuração, e chegou ao Brasil em 1843, tinha 21 anos. Segundo a “ lenda” D.Pedro II teria se decepcionado com a aparência dela, quando se encontraram pela primeira vez, pois somente tinha visto retratos até então, onde o artista digamos, amenizara seus “defeitos visuais”, ele quatro anos mais jovem do que ela, se depara com uma moça baixa, um pouquinho rechonchuda, e manca, não que lhe faltasse beleza, mas não a esperada por ele, que talvez esperasse uma princesa de conto de fadas.
Mas Teresa Cristina possuía dotes muito mais valiosos, que a fútil aparência, mas que se mostraria mais a altura dele, do que qualquer outra princesa , a inteligência.
Desde a mais tenra idade ela se interessou por arqueologia, estimulada pelas escavações patrocinadas por seus antepassadas desde o século XVIII nas cidades romanas de Herculano e Pompéia, e que continuavam sendo feitas, a mando de seu irmão Ferdinando II.
Em sua bagagem para o Brasil, ela trouxe treze ânforas de bronze com alças, escavadas na região da Campânia, e outras peças que fizeram parte da coleção da rainha Carolina Murat, irmã de Napoleão Bonaparte, e esposa do rei de Nápoles, estas peças seriam o núcleo inicial da coleção Greco-romana, hoje preservada no Museu Nacional da Quinta da Boa Vista , no Rio de Janeiro, e que merecidamente leva seu nome “Coleção Teresa Cristina”.
A coleção greco-romana é assim herança do fascínio, que a imperatriz sentia pelo mundo romano, o passado de seu país e ancestrais.
A própria Teresa Cristina Maria quando ainda na Itália, conduziu escavações em Veio, um sítio romano de origem etrusco, situado a 15 km ao norte de Roma. As peças recuperadas eram encaminhadas ao Museu Bourbônico, de Nápoles. Teresa Cristina patrocinou a distância trabalhos de escavação perto de Roma, parece que um dos sonhos acalentados pela imperatriz era a fundação de um “Museu de Arqueologia Romano” , no Brasil, sendo assim, ela criou um intercâmbio com o irmão, solicitando sempre novas peças, enviando em permuta , peças de arte indígena para o museu de Nápoles. A maior parte do acervo greco- romano, veio para o Brasil entre 1853 e 1859, mas continuou a ser enriquecido pela Imperatriz, até ela e sua familia serem exilados do país, em 1889, quando o acervo passou à guarda do Museu Nacional. A
coleção é composta, hoje, por mais de 700 peças.
Teresa Cristina Maria e seu irmão Ferdinando Carlo Maria di Borbone, rei de Napoles, com quem fez um intercambio de peças romanas por artefatos indigenas.
Afrescos de Pompéia(detalhe), século I d./C - IV estilo
Museu Nacional - Rio de Janeiro - Brasil , fragmentado em milhares de pedaços e coloração alterada no incêndio
Tripode romano provavelmente para incenso - I séc. a.D
Museu Nacional - Rio de Janeiro - Brasil
Museu Nacional - Rio de Janeiro - Brasil
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